A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Arquimedes, com o objetivo de desarticular esquema de corrupção responsável por extração ilegal de madeira na floresta amazônica.
A Polícia Federal não divulgou o nome dos 29 presos, confirmando apenas a prisão do ex-presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no Amazonas, Leland Barroso. De acordo com o procurador do Ministério Público Federal (MPF) do Amazonas Leonardo Galiano, Leland interferia nas ações do Ibama e favorecia os empresários.
Ainda segundo a PF,, servidores do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) também foram investigados e presos. Na residência de um servidor do Ipaam, que não teve o nome divulgado, foram encontrados R$ 205 mil em espécie.
Durante a operação, foram cumpridos 30 mandados de prisões preventiva e temporária e 109 mandados de busca e apreensão, nos estados do Acre, Amaoznas, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rondônia, Roraima, São Paulo e no Distrito Federal. E foram autorizados o bloqueio de R$ 50 milhões de empresas investigadas.
A operação também marca o início da utilização de uma ferramenta tecnológica de imagens de satélites que possibilita à Polícia Federal identificar novos focos de desmatamentos.
Em dois inquéritos, a Polícia Federal trabalhou com duas frentes de investigação. A primeira, sobre a extração, exploração e comércio ilegal de madeira. A segunda, sobre a participação de servidores de órgãos ambientais, engenheiros florestais, detentores de planos de manejo e empresários proprietários de empresas madeireiras.
Em 2017, a Polícia Federal apreendeu mais de 400 contêineres no porto de Manaus, contendo aproximadamente 8.000 metros cúbicos de madeira em tora com documentação irregular, que pertenciam a mais de 60 empresas. Segundo a Polícia Federal, a madeira tinha como destino o mercado doméstico e internacional, sendo 140 contêineres destinados à exportação para países da Europa, Ásia e América do Norte.
Os investigados responderão, dentro de suas condutas, pelos crimes de falsidade ideológica no sistema DOF, falsidade documental nos processos de concessão e fiscalização de Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), extração e comércio ilegal de madeira, lavagem de bens, direitos e valores, corrupção ativa e passiva e de constituição de organização criminosa. Em nota, o Ipaam por meio de sua assessoria informou que as investigações da operação Arquimedes é relativa a ações de administrações passadas e que está colaborando com os agentes da polícia federal e do Ministério Público Federal, cedendo toda documentação solicitada pela investigação. Além disso o órgão está aguardando as informações da polícia federal para tomar as medidas administrativas cabíveis em relação a operação.
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