A forma de apresentação da cultura indígena ao turista, os preços cobrados pelas comunidades em relação à atividade turística e a necessidade de fiscalização do Poder Executivo contra a a concorrência desleal estiveram entre os principais pontos da primeira reunião do fórum sobre o ordenamento da atividade turística nas comunidades indígenas do Baixo Rio Negro, ocorrida na última quarta-feira (15), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé.
A audiência foi o marco para o início da vigência dos acordos de visitação das comunidades indígenas que habitam as duas reservas, resultado do trabalho conjunto, desenvolvido há cerca de dois anos, por órgãos públicos, pesquisadores e comunidades interessadas, sob a mediação do MPF. Na ocasião, representantes das comunidades indígenas acordaram entre si o preço mínimo de R$ 10 a ser cobrado por visitante, o que, até então, não havia sido definido nos acordos de visitação.
A representante da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), Marcivana Sateré, lembrou que as políticas públicas referentes à atividade turística precisam ser discutidas de acordo com as especificidades das comunidades e que é necessário considerar outras possibilidades de desenvolvimento além do turismo.
Empresários do ramo ainda pediram dos órgãos públicos fiscalização para coibir a concorrência injusta de pessoas que oferecem pacotes turísticos com preços abaixo dos praticados no mercado, o que os impede de arcar com seus próprios custos.
Durante o encontro, lideranças indígenas, representantes de órgãos públicos, empresários e estudiosos do tema expuseram as dificuldades e demandas relacionadas ao mercado turístico nas quatro comunidades indígenas mistas que habitam duas unidades de conservação no Baixo Rio Negro, a RDS do Tupé e a RDS Puranga Conquista.
Também participaram da audiência representantes de Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Fundação Nacional do Índio (Funai), Fundação Estadual do Índio (FEI), Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), além de outras lideranças indígenas, gestores das reservas, guias de turismo, empresários e estudantes.